Silenciar. Sempre me descreveu melhor que qualquer palavra. Eu corria demais, calava a boca quando me mandavam e abaixava a cabeça quando me faziam chorar. Vivia em constante armadilha, caindo de desilusões em desilusões… Acreditando que esse caminho me levaria de volta a alguém, alguém que sabemos muito bem quem é.
Você deve ter me visto parada do outro lado da rua, com os olhos de quem pede perdão, por ter sido estúpida o suficiente pra te expulsar de mim de novo. Arrependimento, eu sei! Tão explosiva, cheia de momentos, nunca penso nas palavras que poderia ter guardado aqui dentro, nesse vulcão de pensamentos. Mas eu explodo, e te queimo junto com meus sentimentos. Consegue assistir, eu aqui, presa em sua armadilha? Conseguiu né? Me alertaram que era isso que você sempre quis. Você foi capaz de me prender novamente, mas tudo que eu imploro é que me solte. Como posso te querer tão longe e ao mesmo tempo te fazer tão essencial? Por que você faz que eu entre tanto em contradição comigo mesma?
Vivo dizendo que me libertei de você. Conto pra todo mundo que dessa vez foi pra valer, que meu coração está pronto pra mais uma pancada. Bebo, danço, faço as coisas que te prometi que jamais faria, beijo bocas desconhecidas e me sinto forte o bastante pra ser livre, livre de você… Até o dia seguinte. Aí meus pensamentos se afogam quando insistem nas nossas lembranças. Mas é só aparecer com o seu sorriso e seu jeito cafajeste pra todos dizerem “Eu nunca acreditei!”, pra perceber que nunca fui livre, fui só mais uma tola que quis se mostrar feliz, uma felicidade que nunca existiu sem você.