“Gretta (Keira Knightley) e Dave (Adam Levine) são namorados de longa data e parceiros na composição de músicas. Quando ele consegue um contrato com uma grande gravadora em Nova York acaba deixando tudo para trás, inclusive ela. Mas a vida da jovem tem uma nova virada quando conhece Dan (Mark Ruffalo), um produtor musical falido que a vê cantando no bar e se encanta com seu talento.”

Se você, assim como eu, é fã do lindíssimo, queridíssimo e talentosíssimo Adam Levine… E quase infartou quando ouviu “Lost Stars” pela primeira vez, não pode perder esse filme estrelado por ele, com o debut dessa música maravilhosa.

É surpreendente! Fugindo do típico clichê de Hollywood, essa comédia romântica é totalmente original. O roteiro não tem o objetivo de mostrar personagens alcançando o topo da fama e se tornando “heróis”, sabe? E sim passar a mensagem de que é possível ser feliz e satisfeito com a própria vida, com as pequenas conquistas e mudanças, com os novos caminhos trilhados.

“Sempre procurando um sentido… Será que somos todos estrelas perdidas, tentando iluminar a escuridão? Vire a página! Talvez nós acharemos um novo final, em que estamos dançando nas nossas lágrimas”

A vida da compositora Gretta e do músico Dave promete mudanças após a assinatura de um contrato musical com uma fantástica gravadora. Os dois se mudam pra Nova York e, imediatamente, se veem imersos em uma nova realidade de apartamentos chiques, assistentes que fazem todas as suas vontades e fãs histéricos. O que parecia um estilo de vida deslumbrante, com apenas horários de trabalho pouco convencionais, aos poucos traz destaque a Dave, deixando Gretta cada vez mais nos bastidores, tanto de sua carreira quanto da vida pessoal. Obviamente, isso resulta na separação do casal.

Gretta precisa agora lidar com a realidade de estar sozinha na big apple e, claro, reparar um coração partido. Em uma noite, enquanto canta num bar a pedido de um colega, é descoberta pelo produtor Dan – interpretado por ninguém menos do que Mark Ruffalo. O homem precisa desesperadamente de um sucesso musical pra salvar sua reputação e sua gravadora!

Juntos e falidos, eles decidem dar a volta por cima produzindo um álbum musical alternativo, gravado ao ar livre em diferentes locais de Nova York. Com a ajuda de alguns amigos, coleta de favores e correrias da polícia, a produção promete um resultado um tanto quanto peculiar. Dirigido por John Carney, esse divertido filme com uma trilha sonora fantástica e cenas de tirar o fôlego retrata as dificuldades de recomeçar – quando a vida não corresponde às nossas expectativas. Sem o típico melodrama ou romance perfeitinho, tem personagens reais, com relações realistas, e não fantasiosas. Nada de mocinho e mocinha!

“Você pode saber bastante sobre uma pessoa através das músicas de sua playlist”

Eu assisti a esse filme em um domingo a tarde, por indicação da minha mãe. Sabe aquele dia chuvoso em que o sofá te chama? Pois bem… Confesso que, nos primeiros cinco minutos, pensei que seria apenas mais um daqueles filmes com baixo orçamento e produção estranha. Realmente, ele parece filmado de maneira “alternativa”, mas não se deixe enganar! A produção é incrível, principalmente a trilha sonora, e o roteiro é de fazer chorar. Quando digo alternativa, quero dizer que algumas cenas do filme são mostradas mais de uma vez, sob pontos de vista diferentes, justamente pra que você entenda como estava a cabeça do personagem naquele momento e porque tudo aconteceu daquela forma. Um clássico exemplo do que eu chamo de direção de arrasar!

Inicialmente, parece que o foco vai ser esse drama de “o que as pessoas estão dispostas a sacrificar pela fama”, com futilidade e artistas que se vendem por dinheiro. Mas, na verdade, essa é uma história sobre corações partidos, sonhos interrompidos e recomeços… Dave quebrou todas as promessas que fez à Gretta antes de atingirem a fama e fortuna; o melhor amigo de Mark o apunhalou pelas costas tentando tomar a produtora pra si e Mark sequer tem tempo de se redimir, pois está tentando resgatar o relacionamento com sua filha, que o vê como nada além de um bêbado fracassado.

“É isso que eu amo na música…

Uma das cenas mais banais, de repente, ganha tanto significado!”

No final das contas, estamos falando de uma série de personagens complexos buscando se reinventar após uma desilusão. E disso, queridas leitoras, todas nós entendemos muito bem! A atuação de todos é impecável e natural, além de divertida. Com foco na música, a história é uma crítica interessante à indústria atual, mostrando a música por amor, por prazer, por felicidade… Boa, genuína, verdadeira. Uma música pode salvar a vida de uma pessoa? Eis a questão. Repito que a trilha sonora é maravilhosa e cheia de sentimentos, dando vida a uma história contagiante com conquistas, fracassos, alegrias e dores. Sobre a vida real!

Simples, apaixonante e inspirador! Impossível não se identificar. Criativo e inteligente, foge de tudo que já vimos do gênero, te envolvendo até o fim. Pra mim, esse foi o tema central do filme: como os dois, que estavam tão perdidos e machucados, conseguem encontrar novos caminhos. Aproveite a sessão pipoca do final de semana! Vale muito a pena assistir.

“Você é tão forte quanto sua próxima atitude”