— O que é isso? – perguntou olhando de Clary para os companheiros, como se eles pudessem saber o que ela estava fazendo ali.
— É uma garota – disse Jace, recuperando a compostura. — Você certamente já viu garotas antes, Alec. Sua irmã Isabelle é uma.
Foi no momento em que li este diálogo que pensei comigo mesma: “esse livro vai ser bom”.
Eu sempre gostei de ler. Li todos os clássicos, todos os não-clássicos… Sempre fui do tipo que se perdia por horas na livraria tentando escolher qual livro pedir de aniversário aos meus pais, porque só podia escolher um. Mas confesso que já fazia algum tempo desde a última vez que me emocionei em uma loja de livros, ultimamente parece tudo meio igual! Bruxas, vampiros, anjos, demônios, lobisomens, deuses (e semi-deuses)… O herói perfeito, a mocinha perfeita e a história trágica o suficiente pra ser perfeita também.
Não sei qual é o seu gosto, só que pro meu faltava alguma coisa. Talvez porque eu sempre tenha preferido os bad boys ao cavalheirismo de Edward, e a gentileza de Peeta e a ingenuidade de Percy Jackson não me impressionassem tanto. Faltava algo neles, mas a pergunta era: o quê?
Faltava sarcasmo, faltava comportamento impulsivo, faltava saber que era o rei da cocada-preta e se achar o tal por causa disso. Como eu disse, faltava a atitude bad boy! E se a atitude de Jace não fosse perfeita simplesmente por ser tão irritante, a interpretação de Jamie Campbell Bower deixou o pacote ainda melhor.
Sendo sincera, eu não dava nada pelo filme. Assisti porque toda galera que ia ao cinema naquela noite estava na pilha desse tal “Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos”. Juro que pelo título eu achei que era um filme de terror-meio-ficção-meio-suspense-meio-sinistro. Mas fui pra ver qual era! E me apaixonei por todos: pela história, pela fantasia, pela trilha sonora, principalmente pelos personagens… Isabelle e Alec Lightwood, os irmãos prodígio e, claro, o lindo-maravilhoso-sarcástico-e-irritantemente-convencido Jace Wayland.
Antes que eu dê maiores spoilers, vamos ao resumo oficial:
“Clary Fray presenciou um misterioso assassinato, mas ela não sabe o que fazer porque o corpo da vítima sumiu e parece que ninguém viu os envolvidos no crime. Para piorar a situação, sua mãe desapareceu sem deixar vestígios e agora ela precisa sair em busca dela em uma Nova Iorque diferente, repleta de demônios, magos, fadas, lobisomens, entre outros grupos igualmente fantásticos. Para ajudá-la, Clary (Lily Collins) conta com os amigos Simon (Robert Sheehan) e o caçador de demônios Jace Wayland (Jamie Campbell Bower), mas acaba se envolvendo também em uma complicada paixão.”
Basicamente, Clarissa/Clary (sim, amei que a personagem tem o meu nome!) é uma garota normal, cuja mãe superprotetora não gosta que ela vá nem até a esquina comprar pão, que se vê em uma boate quando três jovens, uma morena escultural e dois garotos sombrios, atraem um quarto elemento e o matam na frente de TODO MUNDO. O problema é que só Clary parece perceber que tem alguma coisa muito errada! Quem são esses caras de roupas pretas e por que seu melhor amigo Simon não consegue vê-los? Como se não bastasse isso, estranhas visões de símbolos esquisitos não param de pipocar em sua cabeça, ao mesmo tempo que sua mãe desaparece e a única coisa que parece fazer algum sentido é o olhar vazio do rapaz loiro na boate Pandemônio.