Parece que aqui dentro de mim você nunca existiu. Hoje o seu sobrenome parece um conjunto qualquer de nomes de um alguém que passou e traçou minha vida. Não vou negar… É a pior sensação de todas. Aquela sensação que me faz parar e perguntar “Caramba, o que foi isso?!”
Tentei buscar refúgio nas lembranças que você deixou e me afoguei nas suas palavras, mas só doeu mais. Em você dói tanto quanto em mim pensar que um dia amamos assim? Por que você se faz ausência, quando o que mais deveríamos ser é presença? Nos tornamos distância. Precisávamos de tempo, tempo pra amar… O tempo não cura. Cura vem com compreensão. Cura vem quando dois perdoam palavras, perdoam as cicatrizes que fizeram. Por que tornamos o nosso amor tão errado, tão errante? Tornamos o nosso amor um viciado em desistir… Um viciado em ser fraco.
Você me entregou de mãos beijadas ao vento e deixou que eu voasse por aí. Que eu respirasse em outro pescoço, convivesse com outra mágoa, beijasse outra boca mais compreensiva, arrepiasse com outro toque. Sentisse as batidas do coração de outro peito. Então foi feito ventania experimentar outra pele, outro beijo, outro amor. Feito ventania você passa e feito ventania você some, sem vestígios. Apenas nostalgia. Nostalgia de tudo que fomos e desapareceu.
Fomos expectativas bonitas. Onde está o amor que dizia sentir? Restaram apenas rastros seus nos meus sonhos, apenas a mágoa acumulada nos tantos perdões que você me pediu. Eu não quero morrer de amor, não nasci pra ser uma tragédia. Eu não gosto de superar, de ser forte. Cansa, desgasta. O sufoco só é bom quando é por amar demais, quando é por querer ser feliz!
Não me estranhe quando tocar meu corpo e sentir que tudo ficou oco, que eu fiquei vazia por dentro. Não pude permitir transbordar amor sozinha. Permiti que ele secasse, junto com você.